Há coisas que podem ser muito simples, mas não consigo. Mas também não desisto até dar a volta e saír algo de jeito. O Molotof era um desses calcanhares de Aquiles. Era! Deixou de ser! Fiz um pequenino com 3 claras que tinha congeladas. Se desse (de novo) asneira... sempre o estrago seria menor... mas não deu e ficou óptimo.
E como não gosto de Molotof simples mas adoro caramelo... sai um Molotof de Caramelo!
O rácio é muito simples, por cada clara usada: 30g de açúcar e 1min no forno.
O que é preciso?
- 3 claras
- 90g de açúcar branco
- 2 c.sopa caramelo líquido
- caramelo líquido qb para untar a forma
Como fazer?
1. Pré-aquecer o forno a 180° e colocar lá dentro um tabuleiro onde caiba a forma a usar. Colocar água até meio.
2. Untar uma forma de buraco com caramelo líquido.
3. Bater as claras em castelo e assim que estejam ligeiramente subidas começar a adicionar o açúcar, gradualmente, batendo sempre por 5min sensivelmente. Estará pronto quando o merengue estiver bem firme e ao toque dos dedos não se sintam quaisquer cristais de açúcar.
4. Adicionar 2 c.sopa de caramelo e bater o suficiente apenas para incorporar.
5. Às colheradas, colocar uma primeira camada de claras na forma, alisando bem. Bater ligeiramente com a forma na bancada para libertar bolhas de ar que se formam entre as colheradas e evitar espaços vazios. Repetir o processo, em camadas, até ao fim das claras, alisando no final.
6. Colocar a forma no tabuleiro com água quente, fechar a porta, contar 3 min e desligar o lume. Não abrir a porta durante 30min.
7. Passado esse tempo, colocar uma colher de pau a segurar a porta do forno por 10min. Retirar, esperar até a forma estar morna ao toque.
8. Com a faca, descolar em volta da forma, colocar o prato e virar. Levar ao frigorífico. - - - É muito importante não deixar arrefecer por completo, caso contrário o caramelo espessa e o molotof não vai sair inteiro...
No verão apanhei um belo escaldão a apanhar amoras lá na terrinha. Congelei e agora tenho ido gastando. Não têm rigorosamente nada a ver com as compradas. São pequenas bolinhas que escondem uma verdadeira explosão de sabor. E memórias! Dos tempos em que íamos com os cestos apanhá-las para fazer doce... e os outros voltavam com amoras nos cestos e o meu continuava vazio... ups! :))))
Gosto muito de trifle. Por vários motivos. É extremamente versátil, dependendo do que usemos pode ser super rápido e prático de se fazer, é um óptimo meio de aproveitar sobras de bolos, bolachas, frutas e tem um efeito visual liiiinnndo! Adoro ver numa taça (ou tacinhas individuais) de vidro liso, sem efeitos, para que se vejam todos os ingredientes. A ideia final é conseguir camadas de texturas distintas e para isso é só dar largas à imaginação. Este é do mais simples que há, com ingredientes de dispensa, óptimo para confinamento! Vamos a isso?
O que é preciso?
- 1 lata pequena de ananás em calda (sem açúcar)
- 1 pudim Condi de amora
- 1 gelatina de ananás
- palitos la reine qb
- amoras silvestes qb
Como fazer?
1. Preparar a gelatina conforme as instruções do fabricante, deixar arrefecer, colocar na taça e levar ao frio.
2. Quando começar a solidificar colocar, levemente, o ananás aos cubinhos (escorrido). Pretende-se que não vá ao fundo, mas também que não fique a flutuar!
3. Na calda do ananás, mergulhar os palitos la reine partidos em 3 (sem deixar empapar) e colocar sobre a gelatina formando uma camada.
4. Sobre os palitos colocar uma camada de ananás em cubos e nas laterais algumas amoras.
5. Fazer o pudim conforme as instruções do fabricante e deixar arrefecer.
6. Depois de frio, verter suavemente sobre o ananás e deixar solidificar por completo no frigorifico. Nessa altura, decorar com o restante ananás e amoras.
7. Saborear calmamente :)
Muita atenção na escolha da taça. Muito além do efeito visual, está a capacidade do vidro aguentar o calor. De gelatinas e pudins por exemplo. Existem taças próprias para trifle. Não é o caso da minha que é simples, de vidro relativamente fino, daí o aguardar que os líquidos arrefeçam. Outro motivo é não cozer a fruta que vamos mergulhar nem empapar a camada de bolo. No caso de se usar fruta congelada, convém deixar descongelar antes para que escorra o líquido e só depois usar.
De uma massa folhada, alheiras perdidas no congelador e uns espinafres já a pedirem socorro nasceu uma refeição rápida, deliciosa e diferente.
O que é preciso?
- 2 alheiras de caça (ou outro sabor a gosto)
- 1 massa folhada rectangular
- 1 maçã grande ou 2 pequenas (usei granny smith mas podem usar reineta. O que importa é a elevada acidez. Em textura a reineta irá desfazer mais, mas é uma questão de gosto pessoal)
- espinafres frescos (usei 1 embalagem)
- 1 cebola média + 1 dente de alho
- 1 gema diluida em gotas de água
- sementes de sésamo, sal, pimenta e azeite qb
- um punhado de nozes (opcional)
Como fazer?
1. Numa frigideira com um fio de azeite, refogar a cebola e o alho bem picados.
2. Retirar a pele das alheiras e esmagar, desfazendo-as, com um garfo. Juntar à frigideira e deixar cozinhar uns minutos. Temperar com sal e pimenta, tendo em atenção que a alheira já tem algum sal.
3. Juntar a maçã em cubinhos e misturar.
4. Adicionar os espinafres e tapar a frigideira para que reduzam. Depois disso, envolver muito bem, rectificar temperos e desligar o lume. Adicionar as nozes picadas. Deixar arrefecer. - - - É importante que arrefeça para não empapar a massa folhada!
5. Estender a massa folhada, colocar o recheio no meio, dobrar ambas as laterais e virar as pontas para dentro. Ter o cuidado de selar bem, calcando com um garfo. Virar ao contrário com a "costura" para baixo.
6. Pincelar com a gema diluida e fazer uns golpes no rolo para sair o vapor. Polvilhar com as sementes de sésamo.
7. Levar ao forno até a massa cozinhar e dourar, sensivelmente 30min a 180°.
Este arroz resulta do aproveitamento de tudo o que houver que esteja quase a passar "pro lado do mal". Foi arroz mas podia ter sido massa. O que interessa é passar a ronda ao frigorífico e não deixar nada estragar. Reinventar. Aproveitar.
As quantidades são aproximadas porque foi tudo "a olho" e adaptavel ao que cada um tiver em casa.
O que é preciso?
- 1 cháv. de arroz agulha + 2,5 cháv. de água quente
- 1 cebola pequena
- 1 pedaço de chouriço de carne picante
- 1/2 cháv. de peito de frango cozido e desfiado (era de uma canja mas pode ser sobra de churrasco)
- 1 cháv. de ervilhas
- 1 cenoura pequena
- 2 c.sopa de polpa de tomate, vinho branco, azeite, sal, pimenta e paprika qb, 1 pitada de tandoori* (opcional)
Como fazer?
1. Num tacho colocar um fio de azeite e adicionar a cebola bem picada. Deixar ficar translucida. Juntar a cenoura em cubos.
2. Juntar o chouriço aos cubinhos e deixar libertar a sua gordura. Juntar o frango.
3. Adicionar o arroz e deixar fritar um pouco, mexendo para não colar. Refrescar com um splash de vinho branco e deixar evaporar o álcool.
4. Juntar 1 chávena de água e deixar cozer.
5. Adicionar as ervilhas, a restante água e temperar com sal, pimenta, paprika, a polpa de tomate e uma pitada de tandoori.
6. Antes de servir, picar os coentros frescos. Os talos envolvem-se no arroz e as folhas polvilham a superfície - nada de desperdício!
* tandoori é uma mistura de especiarias indiana. Encontrei no Aldi. Um frasquinho que traz várias especiarias com aberturas individuais. Uma óptima e económica forma de experimentar sabores diferentes.
Sempre a achei a pescada um peixe muito pouco interessante e sempre associada à típica batata cozida. Quando aparece uma ideia diferente para a cozinhar tento - há sempre esperança! Desta vez correu bastante bem... a repetir!
O que é preciso?
- 4 medalhões/ lombos ou postas de pescada
- 1 pimento vermelho médio
- 3 dentes de alho
- 3 a 4 cm de gengibre fresco
- 1 malagueta
- 200ml leite de côco
- sumo de 1/2 limão
- coentros frescos, cajus ao natural, sal, azeite e pimenta qb
Como fazer?
1. Numa frigideira anti-aderente colocar um fio de azeite e o alho bem picado. Deixar refogar ligeiramente. Adicionar o gengibre, descascado e ralado.
2. Juntar o pimento vermelho cortado em cubinhos assim como a malagueta picada. Deixar o pimento refogar um pouco.
3. Adicionar o leite de côco e deixar apurar uns minutos. Retirar do lume. Reservar.
4. Num pirex e sem sobrepor, colocar a pescada temperada de ambos os lados com sal e pimenta. Regar com sumo de limão.
5. Verter o molho sobre a pescada e levar ao forno 15 a 20m.
6. Retirar e polvilhar com coentros frescos picados. Salpicar com cajus ao natural, também picados.
Por aqui continua a saga de descobrir formas diferentes para cozinhar os ingredientes de sempre. Relembrei uma receita já antiga que há muito não fazia: pudim de batata doce. É super rápido, fácil de se preparar e sem ovos. A textura é ligeiramente mais densa comparativamente a outros pudins, mas o sabor é muito suave. Usei batata laranja, mas um dia ainda hei-de testar com a roxa :D
O que precisamos?
- 300g batata doce cozida (já s/ casca)
- 60g amido de milho (maizena)
- 1 c.chá essencia de baunilha
- 1 c.sopa manteiga (usei Vaqueiro liquida)
- 3,5 dl leite meio gordo
- 200g açúcar
- caramelo líquido e côco ralado qb
Como fazer?
1. Untar uma forma de buraco com caramelo líquido.
2. Juntar todos os ingredientes na liquidificadora (ou varinha mágica) e bater até ficar homogéneo.
3. Levar ao forno em banho-maria a 180° durante, sensivelmente, 45 a 60min. Verificar com o palito.
4. Retirar, deixar arrefecer, levar ao frigorifico algumas horas. Desenformar e polvilhar com o côco ralado.
Há uns anos atrás precisei de uma receita para um bolo maior que servisse várias pessoas num aniversário. Tenho uma que adoro e hei-de partilhar aqui, mas procurava algo que rendesse maior quantidade e fosse mais prática. Tropecei nesta do Mãos de Manteiga e adoptei-a! Já foi repetida por diversas vezes. É um bolo fofinho, que preserva alguma humidade e aguenta bastante bem recheios, coberturas com chantilly e fruta, cremes, compotas, ganache...
Para a forma de coração fiz 1/3 da receita abaixo pois é uma forma pequena e muito baixinha tipo tarte. A última foto foi a do aniversário, para isso usem uma maior redonda ou até mesmo um tabuleiro, cortem e decorem a gosto.
O que precisamos?
- 450 g de farinha
- 420 g de açúcar
- 6 ovos à temperatura ambiente
- 200 ml de água a ferver
- 3 c. chá de fermento
- 1 c. chá baunilha em pó ou essência
Como fazer?
1. Bater os ovos inteiros com o açúcar até obter um creme claro e espumoso, durante sensivelmente 5 a 10min.
2. Juntar a baunilha. Bater.
3. Em fio, aos poucos e muito de-va-ga-ri-nho, ir juntando a água sem nunca parar de bater. NUNCA MESMO NUNCA adicionar a água toda de repente de uma só vez. Vão obter ovos mexidos! A ideia é ir temperando gradualmente os ovos e não coze-los :)
4. Adicionar a farinha e o fermento peneirados. Envolver suavemente com a colher de pau.
5. Colocar numa forma já untada e polvilhada. Levar a forno pré-aquecido a 180° sensivelmente 25 a 30m. Vigiem para não secar muito.
6. Depois de frio, cortar, rechear ou cobrir a gosto. No caso do coração alternei fruta com chantilly.
Adoro lichias! O seu sabor único e cheio de personalidade conquista-me a cada uma que como. Hei-de publicar uma receita muito especial que fiz há uns anos para um aniversário: é de sonho! Mas hoje ficamo-nos por um singelo bolo de cacau, não muito doce, feito num simples tabuleiro e onde resolvi mergulhar umas lichias incríveis.
O que precisamos?
- 1 lata de lichias em conserva
- 280g de farinha
- 200g de açúcar
- 3 c.chá de fermento
- 70g de cacau magro
- 6 ovos
- 1,5 dl leite morno
- 0,7 dl óleo vegetal + 0,3 dl calda de lichia
- 1 c. sobremesa essencia baunilha
- 1 cálice de licor de café
Como fazer?
1. Misturar os secos: farinha, açúcar, fermento e cacau.
2. À parte, bata os ovos e envolva-os nos ingredientes secos.
3. A esta massa junte, mexendo sempre entre cada um deles: o leite morno, o óleo e a calda, a essencia e o licor. Vai obter uma massa relativamente líquida. (Para ser mais fácil a medição: num copo medidor coloque o óleo e vá preenchendo, com a calda, até ter 1dl completo).
4. Unte um tabuleiro 20*30cm e forre com papel vegetal, deixando umas abas laterais para depois puxar o bolo. Verta a massa.
5. Suavemente, mergulhe as lichias. Deve ficar metade da lichia visível fora da massa. Sendo que a ideia é cortar o bolo em quadrados, queremos ter uma lichia por quadrado. Portanto disponham-nas com isso em mente... nem muito juntas nem muito separadas :)
6. Levar a forno pré-aquecido a 180° por 20/30m. Vigiem a partir dos 20m para o bolo não secar demasiado, pretende-se que preserve alguma humidade.
7. Pelas abas, retirar do tabuleiro e deixar arrefecer sobre uma grade. Quando morno, retirar o papel e transferir para a travessa.
8. Com um copo de leite... é tão bom :)
Fiz depois do jantar, no dia seguinte de manhã estava ainda melhor: textura e sabor mais ricos e intensos.
Nota: é importante o arrefecimento numa grade para que haja circulação de ar e se evite ao máximo a condensação de vapor na base. Durante anos ignorei este passo, mas fui aprendendo que há perda de textura (o crocante perde-se, fica mole e sem piada), assim como em certas receitas mais húmidas e se a temperatura ambiente for mais quente, rapidamente pode surgir bolor. Tudo agravado nos casos em que só se retira o papel vegetal depois de morno. Isto aplica-se a bolos, pão, biscoitos... mesmo que a receita não o mencione!