De vez em quando a avó preparava umas papas de abóbora bastante boas e coloridas. Confesso que não me lembro de como eram feitas, mas tentei chegar ao sabor que guardo na memória da infância e penso que ficaram bastante parecidas. Talvez a diferença principal seja que a abóbora usada não veio do nosso quintal nem a farinha provenha de milho plantado e moído por nós.
O que é preciso?
- 1 cháv. de puré de abóbora simples*
- 500 a 750 ml de leite (usei magro)
- 3 c. sopa de farinha de milho amarelo (ou 2 de maizena)
- 1 pitada de sal
- 3 c. sopa de açúcar amarelo (mas é a gosto, provem pois podem querer que fique mais doce)
- canela em pó qb
* Usada chávena com 250ml de capacidade.
Como fazer?
1. Num tachinho colocar o puré com metade do leite. Deixar aquecer, mexendo sempre para não colar. Juntar a pitada de sal.
2. No restante leite dissolver a farinha. Adicionar ao puré de abóbora e deixar levantar fervura para cozer a farinha. Convém não deixar de mexer pois ao engrossar tem tendencia a colar. Se acharem que está a ficar demasiado seco antes da farinha estar cozida, juntar mais uns golinhos de leite. É importante que a farinha coza mesmo, pois isso vai afectar e reflectir-se no sabor final.
4. Juntar o açúcar e deixar dissolver.
5. Servir as papas polvilhadas com açúcar e canela em pó.
Um pequeno-almoço reconfortante que nos aquece a alma. Perfeito para manhãs demoradas com alguma preguiça à mistura.
O que é preciso?
- 1 e 1/2 cháv. de flocos de aveia (usei dos finos)
- 2 ovos
- 1/2 cháv. de leite (usei magro, mas pode ser bebida vegetal)
- 3/4 cháv. de puré de abóbora*
- 1 e 1/2 c. café de erva-doce em pó
- 1 e 1/2 c. café de canela
- 1 c. chá de fermento
Topping: mel e canela em pó q.b.
Como fazer?
1. Colocar todos os ingredientes na liquidificadora e bater até obter um creme aveludado.
2. Aquecer bem uma frigideira anti-aderente (uso a do ovo estrelado) com uma colher de café de óleo de côco ou de azeite.
3. Colocar meia concha de massa, assim que surgirem os furinhos, virar e deixar dourar do outro lado.
4. Repetir o processo enquanto tiver massa, sobrepondo as panquecas para as manter quentes.
5. Servir com mel e canela ou outro topping a gosto.
*Faço um puré de abóbora simples e a olho e depois vou retirando as quantidades que preciso e tempero conforme a finalidade: num tachinho colocar a abóbora descascada e cortada em cubinhos. Não adicionar água. Tapar e levar ao lume no mínimo possível. O vapor criado e a própria água vão cozinhar a abóbora sem ter de adicionar mais líquido. Se estiver muito seco ou a colar, colocar apenas umas gotinhas de água. Vigiar para não queimar, mexer se necessário. Retirar e passar muito bem com a varinha mágica. Deixar arrefecer. Pode-se congelar.
Para este feriado cinzento uma sugestão de cores quentes: bolo de abóbora e especiarias. Não é muito doce, fica bem fofinho e com uma chávena de chá ou um leite quente a ver a chuva cair lá fora... puro conforto :)
O que é preciso?
- 300g de abóbora (crua, descascada e em cubinhos)
- 4 ovos
- 1 cháv. de acúcar amarelo
- 100ml de natas
- 100ml de azeite suave
- 2 chávenas* de farinha de milho (amarelo)
- 1 chávena* de farinha de trigo s/ fermento
- 1 c. sopa mal cheia de fermento
- 1/2 c. café de cravinho em pó
- 1 c. café de canela
- 1 c. café de gengibre em pó
- 1 c. café de cardamomo moído
- sumo de 1 clementina
* usada chávena com 250ml de capacidade
Como fazer?
1. No liquidificador colocar a abóbora, os ovos e o açúcar. Triturar bem até obter um creme suave.
2. À parte, misturar as farinhas, o fermento e as especiarias.
3. Com uma colher de pau, gradualmente envolver o creme de abóbora com a farinha.
4. Adicionar as natas e o azeite, envolver. Juntar o sumo da clementina e mexer suavemente.
5. Levar a forno pré-aquecido a 180ºC em forma untada e enfarinhada.
As cores quentes de Outono da abóbora misturadas com o sabor fresco do Verão do camarão resultou numa combinação deliciosa. Por aqui este prato foi muito apreciado e será certamente a repetir :)
O que é preciso?
- 2 chávenas de arroz carolino
- 250g de miolo de camarão congelado
- 1 e 1/2 cháv. abóbora manteiga (cortei em cubinhos e depois em fatinhas fininhas)
- 1 cebola média
- 2 + 2 dentes de alho
- água quente fervente qb
- vinho branco qb
- coentros frescos qb
- 1 folha de louro
- açafrão a gosto (usei 2 c. sobremesa)
- 3 c.sopa de manteiga
- azeite e sal qb
* Usada chávena com 250ml de capacidade
Como fazer?
1. Numa frigideira colocar um fio de azeite, a folha de louro, dois alhos e 1/2 cebola bem picados. Deixar refogar ligeiramente até ficar translúcido.
2. Juntar o miolo de camarão, deixar descongelar, envolvendo no refogado. Refrescar com um splash de vinho branco. Deixar ferver para evaporar o álcool. Temperar com sal fino e coentros frescos picados. Reservar.
3. Num tacho, colocar um fundo de azeite, os outros 2 alhos e a 1/2 cebola restante bem picados. Deixar ficar translúcido. Juntar a abóbora.
4. Quando a abóbora já estiver macia juntar o arroz. Mexer por uns minutos. Juntar um golinho de vinho branco e deixar evaporar o álcool mexendo sempre.
5. Adicionar 1 chávena de água a ferver. Temperar com sal, misturar e deixar cozinhar até que a água se evapore. Nesta altura juntar outra chávena de água e repetir o processo até que o arroz esteja bem cozido, mas sempre com um pouco de caldo.
6. Envolver no arroz a mistura do miolo de camarão, o açafrão e reajustar o sal. Colocar a manteiga envolvendo cuidadosamente para que esta derreta.
7. Polvilhar com coentros frescos picados e servir de imediato.
Há muitas compotas. E depois há aquelas compotas. As que transmitem conforto, outono, torrada quentinha. Esta é muito bem capaz de estar nesse pódio.
Compota de Abóbora com Noz é daquelas combinações intemporais. Há quem a adore com queijo, há quem desista de tudo e vá à colherada mesmo :) e depois há quem (como eu!) a prefira simples apenas em topping de uma bola de gelado de baunilha num crepe ou panqueca num qualquer brunch tardio. Sim é um pouco refrescante para a época mas... who cares? A vida é feita de gostos e vontades, não importam os estereótipos.
Todos os doces e compotas têm a sua personalidade. Quando encontro "aquela receita" adopto-a e não mudo. Mas dificilmente o resultado final será sempre o mesmo, pelo motivo mais óbvio. Cada fruto, cada legume terá sempre características diferentes. A percentagem de água, o aroma, a pectina natural (sobre isto ainda hei-de dedicar um post).
A Compota de Abóbora, na minha opinião, é daquelas que tem mais carisma. É como uma caixinha de surpresas. Dependendo da variedade da abóbora que se use - e mantendo a mesma receita - pode resultar mais denso e escuro, outras vezes mais fluido de um laranja quase eléctrico ou ainda mais claro quase com textura de mel. Mas sinceramente... qual escolher? Se aos olhos o aspecto é diferente, ao paladar são sempre divinais!
Vários tamanhos disponíveis a partir de 3.5€.
(Ok ok eu sei que o Halloween já passou, mas não consegui resistir!)