Muito provavelmente a última tranche deste ano. Como sabem a esta altura já se torna algo difícil encontrar tomate bom, de qualidade, cujo processo de maturação seja apenas: sol, calor e tempo! O tomate é um fruto que não deve estar muito tempo no frigorífico. Tem tendência a perder o sabor e aromas naturais.
Para mim uma compota ou um doce só faz sentido com ingredientes o mais íntegros possível. O açúcar é o agente conservante mas não deve abafar o sabor do ingrediente principal com que estamos a trabalhar. É essencial manter o sabor e alguma textura no resultado final.
Muitas horas depois a mexer a panela nasceram mais uns frasquinhos. Amor num frasco como eu lhes chamo. É mega pindérico e tão verdade! Dá mais trabalho do que se possa pensar, mas faço-o com gosto como se fossem para mim. Adoro todo o processo quase mágico :)
Vários preços entre 2,50€ a 6€, consoante o tamanho do frasco.
Este blog nasce de uma memória. De um doce de tomate simples, sem medidas certas e doses pesadas a olho. Era guloso, vermelhão, denso... ensopava o miolo do "pantrigo"! Ou carcaça como mais tarde aprendi a dizer. Ansiava que a minha tia de Lisboa (a cidade grande!) chegasse e fizesse "aquele doce diferente". Diferente da marmelada. Essa era outra história... em cima de uma fatia grossa de broa ao fim da tarde quando o avô chegava da fábrica. E a lembrança das tardes já chuvosas e cinzentas com a avó de volta de tachos enormes cheios de marmelos a borbulhar... parecia um vulcão quente!
Foi na tentativa de (re)encontrar esses sabores da minha infância que comecei a testar receitas, ajustar ao gosto da memória. Talvez por isso mesmo as primeiras experiências foram... adivinhem: o doce de tomate e a marmelada!
"Obriguei" os meus testers a criticar e dar sugestões. E eles obrigaram-me a mim a partilhar este projecto. Ei-lo!
Os meus doces passam também a ser vossos! Sintam-se à vontade para comentar, dar sugestões. Provem!
Todos os doces e compotas que fizer irei partilhar por aqui, por isso sigam o blog e subscrevam as notificações para não perderem uma colherada que seja!
Haverá vários tamanhos e preços. Os sabores serão, na sua maioria, sazonais.
Mas e tinha de haver um grande mas: aqui o factor sustentabilidade é ponto acente. Os materiais serão esterilizados e posteriormente reutilizados, os ingredientes maioritariamente biológicos. O método é o tradicional: panela e colher de pau!
Quero manter o respeito pelo sabor de cada ingrediente. E pretendo que cada pessoa entenda que é responsabilidade de cada um de nós preservar, reutilizando, reciclando.
Já agora, o meu doce de tomate é aprovado pela minha tia e a minha avó adorou a marmelada. Testers mais críticas e exigentes não podia haver ;)